sábado, 7 de maio de 2022

O amolador (amola-tesouras)

Hoje pela manhã ao efetuar uma tarefa doméstica, apercebi-me que, da rua, vinha um som que me era familiar, mas que já não ouvia há imensos anos! Aproximei-me da varanda para verificar se as minhas suspeitas eram certas e não me enganei. Era um amola-tesouras, que passando na sua bicicleta, a pé, com a respetiva caixa de ferramentas, se fazia anunciar com a sua flauta tão característica! O som era o mesmo de há muitos anos, do século passado!

Lembrei-me dos tempos da minha infância, na aldeia, em que era usual, praticamente todas as semanas, o amolador passar e como tinha clientela naquele tempo!

Havia sombrinhas (chapéus de chuva), sempre para consertar, facas e tesouras para afiar e até peças de barro como alguidares para serem consertados, assim como algumas peças de louça rachadas, onde eram colocados os chamados "gatos", que eram tirinhas de metal que agarravam as partes quebradas e assim essas peças de louça eram reparadas e recuperadas.

Eram tempos em que a pobreza era imensa e tudo ou quase tudo era bem preservado.

No inverno o amola-tesouras tinha mais trabalho, mas lembro-me que mesmo em dias ensolarados ele aparecia e era costume dizer-se que anunciava chuva!  Quem se lembra dos amoladores?



 Texto Ailime
07.05.2022

22 comentários:

  1. Muito lindo!
    Que pena não escrever mais sobre as suas memórias, Ailime!
    Eu lembro o ti Carlos Guerra, que foi alfaiate, retratista e ao mesmo tempo amolador de tesouras que percorria as aldeias vizinhas a oferecer aos seus serviços, porque era uma profissão muito útil em tempos.
    Hoje, por lá, o amolador já só existe em momentos "folclóricos" para recordar artes e ofícios, porque na realidade já não há quem repare um guarda-chuva ou afie uma tesoura!
    Um abraço de amizade.
    Bom fds.

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    1. Foram apenas treze aninhos para reter toda esta informação, mas ainda tenho mais algumas coisas, mas necessito de informações complementares. Bjs e obrigada, Paula.

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  2. Que linda lembrança! Sabes que aqui na rua ainda passa um afiador,que já é a terceira geração deles. Adorei! Lindo dia! beijos, chica

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  3. Que bela história de vida, amiga Ailime!
    Se me lembro! Tão bom recordar!
    Hoje é raríssimo ver algum, mas não se sabe o que a vida ainda nos reserva...

    Beijinhos e tudo de bom!

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  4. Que lindo, Ailime! Belas recordações.
    Esse barulhinho tão característico nos remete ao passado.
    Mas aqui na minha rua, em geral, aos sábados, temos um amolador e seu barulhinho...
    Muito legal, já é a terceira geração!
    beijos, tudo de bom,chica

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  5. Uma memória muito linda de se recordar. Lembro bem dessas pessoas que passavam na rua oferecendo seus trabalhos de amolar facas e tesouras. Elas eram aguardadas com grande expectativa, né?! Hoje já não as vejo mais, somente em lojas de consertos.
    Gostei bastante de ler o seu texto neste início de terça-feira, Ailime.
    Bjs

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  6. Bom dia de toda paz, querida amiga Ailime!
    Amo antiguidades e histórias ou costumes que se preservam.
    Agora, há amoladores em lojas. Tudo muito frio e comercial.
    Não há o valor do contato humano tão profícuo.
    Continue a partilhar suas belas histórias que eu amo ler.
    Tenha dias abençoados de paz!
    Beijinhos carinhosos e fraternos
    😘🕊️💙

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  7. Oi Ailime. É tão bom viver e recordar coisas de nossa infância. O que eu lembro mais que passava na rua era concertador de panelas. Ele levava a panela velha pra botar cabo. Demorava tanto trazer de volta que pensávamos que não vinha mais. Rsrsrs. Bjs querida. Recordar sempre bom

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  8. Que lembrança linda! Também me lembro dele pelas ruas, aqui na minha cidade. Até hoje ainda passa algum, mas muito raramente! E tinha um barulhinho característico que o anunciava! Bela recordação!
    Grande abraço e ótimo junho!

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  9. É mesmo, Ailime. De vez em quando passa por aqui o amola-tesouras,
    mas já não se ouve tanto. Com o tempo esses sons vão desaparecendo. Agora compra-se tudo mesmo que não preste para nada.
    Revi-me neste seu texto minha amiga.
    Bom fim de semana.
    Beijinhos
    Olinda

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  10. memórias que ficam.
    profissões que o tempo levou.
    boa semana.
    beijinhos
    :)

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  11. Oficios del pasado, en mi ciudad se le llamaba afilador, ese se dedicaba exclusivamente a afilar (amolar) tijeras y cuchillos, tambien pasaba voceando el latero y este a cualquier lata que llevaras, le ponia asas y servian de tazas para beber
    cosas de ayer....
    abrazos

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  12. Oi Ailime, lembro desse tempo. E que falta faz um ampliador de tesouras. Hoje é difícil de encontrar. Estou precisando de um neste momento. Bjs querida

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  13. Também ainda me recordo dos amola-tesouras, mas apenas nos idos longínquos de outros tempos.
    Feliz evocação e testemunho.
    Abraço de amizade.
    Juvenal Nunes

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  14. Yo los recuerdo, todavía por la ciudad de Madrid. "El afilador, se afilan cuchillos, navajas, tijeras... y así pasaben las mañanas. Es curioso no recuerdo haberlos visto por las tardes, debía ser un trabajo agotador. Siempre ma paraba a contemplarles porque me encantaba ver las chispas que saltaban en la rueda del afilador. Eran tiempos en que nadie tiraba nada a la basura, todo se arreglaba. Un abrazo.

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  15. Que belas memórias Ailime! Recordo-me bem da minha mãe mandar consertar uma sombrinha que eu adorava, tinha-me sido oferecida por uma tia, era lindaaa.
    Abracinhos

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  16. Lembro-me muitas vezes, cara Ailime.
    Costumava passar um amola-tesrouras aqui na minha rua,
    mas há já algum tempo que não o oiço. E faz-me falta. Ele
    representava aquilo que bem diz no seu texto, eram tempos em
    que tudo se preservava. Agora tudo vai para o lixo à mais
    pequena avaria. E isso vamos pagá-lo caro, quando o nosso
    Planeta já não tiver capacidade para assimilar tantos detritos.
    Bom fim de semana, amiga.
    Beijinhos
    Olinda

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  17. Posso dizer que foi uma realidade que não conheci! Mas gostei muito de ficar a saber dessa curiosidade, como é bom relembrar velhos tempos, não é mesmo? 😊

    Cumprimentos,
    Cantinho dos Poemas de Criança 👦.

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  18. Este comentário foi removido pelo autor.

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  19. Adorei ler estas recordações, até porque vivi momentos semelhantes.
    Bem me lembro do amolador, o som do instrumento e a colocação de sua voz: "Quem tem facas ou tesouras para afiar". No entanto arranjavam também as varetas dos chapéus de chuva e muito mais.
    Recordo com saudade para além dos amoladores, o sujeito que passava na minha rua e arranjava os furos pelo desgaste das panelas de alumínio e tantas outras profissões como o "Petroleiro" que parecia uma drogaria ambulante, o "Leiteiro", o homem dos gelados, assim como o homem vendia a "língua da sogra".
    Enfim, este texto fez-me regressar a bons tempos, que apesar de serem anos de grandes dificuldades para a maioria das pessoas, também eram tempos de maior e melhor comunicação e também tudo era mais singelo.
    Um kandando

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  20. Passando aqui de novo para te desejar um bom final de semana. Bjsss querida. NalPontes

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