A vida na aldeia era essencialmente rural. A pequena
propriedade era dominante e quase todos os seus habitantes tinham um
pequeno terreno (nalguns casos mais) onde cultivavam os produtos que serviam
para a sua alimentação. Eram terras também ricas em pinhais, hoje praticamente
devastados pelos últimos e terríveis incêndios que se fizeram sentir no ano
passado.
Os campos tinham como
principais cultivos o milho, o centeio, a batata e todos os legumes e vegetais
essenciais na alimentação mediterrânica. Das oliveiras, que existiam também em
grande abundância, era extraída a azeitona com que se produzia o saboroso
azeite nos três lagares existentes na aldeia. As vinhas também se cultivavam,
não em grande quantidade, mas o suficiente para saborearmos os seus deliciosos
cachos de uva havendo também alguns produtores de vinho.
No que respeita a fruta não
era muito abundante existindo essencialmente figueiras, laranjeiras, macieiras
e ameixoeiras. O melão e melancia eram bastante cultivados, uma vez que os
terrenos a isso se prestavam. Com o passar do tempo foram-se experimentando
outras árvores de fruto que deram bons resultados.
Não posso deixar de falar de
uma das principais fontes que contribuía para a alimentação do povo da minha
aldeia: o rio Tejo que a banha num serpenteado azul que se pode observar, a
perder de vista, praticamente de toda a região. O Tejo naqueles tempos era
riquíssimo em peixe variado de que destaco: sável, lampreia, enguia, saboga,
barbo, barbisco, boga e fataça. Por esse motivo existiam na aldeia muitos
pescadores que, no Tejo, utilizando os seus picaretos*, tinham o seu ganha-pão.
Hoje, infelizmente, o rio
encontra-se altamente poluído e é com grande tristeza que o afirmo. Os peixes
têm morrido aos milhares e há zonas do rio que estão praticamente mortas. Tudo
isto acontece pela inconsciência e ganância do Homem que põe em primeiro lugar
o lucro em detrimento da defesa do meio ambiente e consequentemente da saúde
das populações. Existe, desde há vários anos, um homem - o Guardião do
Tejo - que tem vindo a denunciar a situação e que neste momento está em vias de
ver o seu sonho realizado, um sonho de todos os que amam o Tejo, a sua recuperação.
*barco típico de pesca do rio Tejo.
Texo: Ailime
02.02.2018
Fotos Google
Ailime uma partilha repleta de aromas da infância na aldeia!
ResponderEliminarGostei de ler ... bj
E gosto dos olhares!!!bj
ResponderEliminarOlá, Ailime!
ResponderEliminarLi este teu belo texto com a atenção de quem também viveu no campo até a idade de 11 anos. Foi uma das melhores fases de minha vida. Ainda hoje gosto de visitar sítios e fazendas do interior do Estado.
Parabéns pelo texto.
Uma ótima semana.
Beijo.
Pedro
Visitando por aqui novamente e encontrando um texto bastante fértil...
ResponderEliminarReflexão boa, Ailime! Tempos vividos alegremente e que deixaram frutos que vc pode repartir c a gente...
Beijo
Faz-me lembras as hortinhas do local onde nasci. Meu Ribatejo.
ResponderEliminar.
* Exultação de um amor intenso *
.
Votos de um dia feliz
Conhecendo seus blogs amiga, seguindo e fascinada com suas postagens. Abraços
ResponderEliminarTão bom te ler e ver a similaridade de tua vida com a que o Kiko teve com seus avós na Itália. Pena a poluição que tudo modifica... Bela leitura e li num outro texto que não sabes quando escreves...Assim é bom, sem datas marcadas...Deixar o coração fluir e falar! beijos,chica
ResponderEliminarOlá Ailime a vida no campo é com toda a certeza menos stressante, cultivar um pouco de tudo é deveras compensador viver do que a terra dá é sem dúvida o que há de melhor .As pessoas são sem dúvida muito mais felizes, beijinhos e boa semana
ResponderEliminar´Já que sozinha não vais
ResponderEliminareu vim te buscar.
Na mesa nós temos água gelada,
pitanga colhida na mão, açúcar
e canudinho. É só a gente mexer,
e na frente do copo tu te postares.
Eu chamaria isso de,
v i s i t a.
Beijos, sabor tamarindos.
silvioafonso
.
Muito bela descrição. Gostei muito de ler.
ResponderEliminarBeijinhos, amiga Ailime!
Bom fim-de-semana!
Dizem que o homem do campo vive mais perto de Deus!
ResponderEliminarGostei de ler bjsss
Boa noite querida amiga Ailime!
ResponderEliminarNão sei como estava perdendo estas postagens magníficas e tão bem contadas?!
Viajo muito e perco alguma coisa, é pena!
Mas, estou aqui a ler esta história e amei o barco que caracteriza o Tejo antigo.
Tenha dias felizes e abençoados!
Bjm fraterno e carinhoso de paz e bem