Nos anos 60 do século passado, muitas vezes, já ao entardecer, o circo chegava à aldeia e instalava-se no Largo principal que ali existia na época e logo os intervenientes eram rodeados da criançada que ali acorria como abelhas no cortiço.
Estendiam um pano redondo no centro do largo e ali se desenrolava toda a magia daquele pequeno circo itinerante!
Do que tenho memória são dos Robertos (fantoches de luva). De caráter popular o repertório do teatro de robertos era composto por textos de tradição oral, de sabor popular, com direito a muito improviso. Novos e velhos, crianças e adultos, acorriam aos primeiros sons agudos da palheta, prontos a deliciarem-se com os episódios cómicos que aqueles bonecos protagonizavam com ritmo e destreza.
Não me recordo a ordem por que eram apresentados, mas havia o Homem Fogo que deixava todos boquiabertos com sua agilidade em engolir e expelir o fogo, os malabaristas, os palhaços, enfim um manancial de representações que deixavam todos maravilhados.
No dia seguinte já não restavam quaisquer vestígios da passagem do circo por ali! Outra aldeia os aguardava.